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  • Foto do escritorfelipe dos santos Rosa

A Engenharia Clínica e os impactos no ciclo de vida de tecnologias em saúde

  • INTRODUÇÃO

A Engenharia Clínica (EC) é um ramo da Engenharia Biomédica, sendo esta última uma área multidisciplinar que agrega os princípios e conhecimentos das áreas de medicina, química, física e biologia com as aplicações de engenharias elétrica/eletrônica, mecânica, química, dos materiais, bioinformática, bioengenharia e física para atuações em: Bioengenharia, Informática Médica, Biomecânica, Engenharia de Tecidos, Engenharia Clínica, entre outros (Definição genérica Wikipédia, autor desconhecido, 2018).

O Engenheiro Clínico é aquele profissional que aplica e desenvolve os conhecimentos de engenharia e práticas gerenciais às Tecnologias de Saúde para proporcionar uma melhoria nos cuidados dispensados aos pacientes (American College of Clinical Engineering, 1992).

Com relação a esta área de atuação e os estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) em geral, surgem questões pontuais como: qual a importância da engenharia clínica nestes estabelecimentos? Qual o impacto e a relevância desta área de atuação nas atividades cotidianas das equipes clínicas e nas ações estratégicas dos gestores hospitalares? Quais são os principais resultados trazidos por este tipo de serviço em curto, médio e longo prazo?

A engenharia clínica é uma área de apoio que através de suas atividades proporciona impactos às equipes clínicas relacionados à segurança dos pacientes e da própria equipe clínica, aumento na qualidade dos procedimentos clínicos proporcionados pela otimização dos processos através de soluções voltadas a eficiência e eficácia no uso dos equipamentos médico-hospitalares (obtido através dos treinamentos periódicos e orientações diárias), atualizações técnicas, entre outras atividades. Deste modo, a engenharia clínica tem um papel importante no apoio ao processo tecnológico em saúde, permitindo que o foco das equipes clínicas seja em concentrar os seus esforços nos cuidados aos pacientes em detrimento as questões técnica-administrativas.

No âmbito da Gestão Hospitalar em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS), a engenharia clínica possuí atuação de destaque na otimização dos recursos financeiros através de atividades de gestão e gerenciamento das tecnologias, proporcionando o uso racional de insumos e acessórios, avaliações de custos de manutenção e aquisição, alocação de recursos tecnológicos adequados as reais necessidade clínicas, entre outras atividades (MORAES, 2007).

No Brasil a Engenharia Clínica atua de modo abrangente nos EAS, gerenciando as tecnologias e aportando maior qualidade aos processos em saúde durante todo o ciclo de vida das tecnologias, atuando desde o processo de dimensionamento e aquisição das tecnologias até o processo de descarte e substituição, conforme Figura 1 (BRASIL, 2004).


Figura 1 – Ciclo de vida de tecnologias em saúde

(Fonte: Antunes et al, 2002)


Um dos principais benefícios da engenharia clínica é a ampliação do tempo de disponibilidade das tecnologias em pelas condições de uso, possível através da aplicação de ações estratégicas como: programas de treinamento e capacitação do corpo clínico, gerenciamento eficaz de manutenção através da aplicação de planos de manutenção corretiva e preventiva, estudos de impacto técnico-financeiros e planejamento de compras de insumos e acessórios, controle do parque de equipamentos médico-hospitalares (EMH), procedimentos de avaliação de desempenho e calibração das tecnologias, etc. Tais ações promovem minimização dos custos de conservação das tecnologias, maximização para uso efetivo dos equipamentos, além das ações proativas em redução de custos globais (BRASIL, 2002; CALIL, 1998).

Destaca-se que o custo de aquisição é somente um elemento do custo total ao longo do ciclo de vida da tecnologia, correspondendo um percentual abaixo de 20% dos custos acumulados, como pode ser observado na Figura 2. Neste cenário há diversos custos denominados “custos não visíveis”, que surgem ao longo da vida útil do equipamento e que pode determinar o sucesso ou a falha do processo em saúde. Desta forma, fica evidente a necessidade de um profissional de engenharia clínica para elucidar estes custos previamente a incorporação da tecnologia (BRONZINO, 1995; FABRYCKY, 1997).


Figura 2 – Custos ao longo do ciclo de vida da tecnologia médico-hospitalar.

(Fonte: Adaptado de Fabrycky, 1997)


Na Biomatrix Engenharia, pretendemos entender e qualificar o cliente através da contextualização de ações e principais atividades realizadas pela engenharia clínica durante o ciclo de vida das Tecnologias Médico-Hospitalares, demonstrando a dimensão do problema da tecnologia médico-hospitalar e o seu potencial aplicado no ambiente em saúde.

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